segunda-feira, 11 de agosto de 2014

PAI




















Ele não era o mais jovem. Na verdade, lembro-me de ter vergonha da idade dele e, por uma ou duas vezes, ter dito aos amiguinhos que ele era meu avô, e não meu pai... Coisas da idade... Tenho certeza que ele relevaria este fato, como tantos outros, que carinhosamente compreendeu.
Um desses fatos está representado na foto escolhida para este dia dos pais: Eu tinha, então, 22 anos e estava gravidíssima (8 meses de gestação), e ele estava com 78 anos de muito vigor e sabedoria. Esse dia é inesquecível pra mim, pois marca a aproximação que ganhei com meus pais com a maternidade.
Como toda criança, tive o pai herói... Tive também o pai que não deixa nada, na adolescência... Mas foi com a maturidade que nosso amor deixou de ser fantasioso e infantil e se tornou real e capaz de ser posto à prova. Foi a partir deste momento, que vivi com meu pai experiencias profundas de amor e companheirismo.
Dois anos depois dessa foto, ele foi diagnosticado com câncer. O susto e a dor nos tornou amigos de fé, confidências, orações, músicas (no metrô, no carro e na quimioterapia) e amigos de vida, e para a vida.
Os últimos quatro anos de vida do meu pai foram intensos e reais. Ele nunca desistiu da fé. Me deixou um legado que dinheiro nenhum no mundo pode comprar: o valor da vida com Cristo.
A sua vida não foi perfeita. Cometeu erros graves, e me confidenciou alguns. Mas em tudo o que dizia, expressava sua gratidão a Deus pelo perdão e pelo amor que Ele, sendo tão grande e perfeito, demonstrava por nossa família, mostrando Seu cuidado pelas gerações.
Há quase 3 anos ele faleceu. Na verdade, como ele mesmo dizia, foi "promovido".
E, embora a saudade aperte vez ou outra, neste dia dos pais, carrego no peito a alegria e a satisfação de ter sido filha do sêu Siló, homem simples e muito feliz.

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